Querido Álcool,
Foste um querido amigo em muitas ocasiões. Ajudaste-me a perder a timidez e a divertir-me como nunca pensei que fosse possível. Graças a ti passei alguns dos momentos mais felizes da minha vida. Graças a ti, também, passei algumas das manhãs mais complicadas da minha vida. Por isso, e porque as manhãs complicadas se arrastam para tardes e noites e dias seguintes complicados, acho que devemos repensar a nossa relação.
O que nós temos um com o outro não é saudável. É dependente, viciante e venenoso. Faz-me mal ao fígado e ao coração. Aos rins e aos neurónios. Podia continuar a enumerar todos os males que advêm da nossa relação, mas acho que já percebeste onde quero chegar. Não vale a pena estar com mais rodeios. A nossa relação, tal como a conhecemos, chegou ao fim. A partir de agora, não me quero deitar mais contigo no corpo. És daqueles one night stands de que nos envergonhamos no dia seguinte. Acabaram-se as noites de loucura desenfreada, o dançar música indiana descalça como se não houvesse amanhã porque o amanhã existe e não é sorridente. Já vou no segundo dia pós-ressaca e ainda sou movida a Guronsan. Por isso, vamos lá a ver se nos entendemos: estás proibido, ouviste, proibido de me prometeres a melhor noite da minha vida. De promessas está o inferno cheio. Quero-te fora da minha vida já! E se não entendes o que quero dizer, lê isto. Antes de mim houve alguém que chegou à mesma conclusão: és um traste.
Vai chatear miúdos de 16 anos.
Atencionamente,
A Iluminada.
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