As boas séries têm destas coisas. Tanto são capazes de nos fazer ter empatia por serial killers como de torcer por traficantes de droga sem escrúpulos.
Mesmo antes de acabar o ano, terminámos de ver as cinco temporadas da série Breaking Bad. O que ficou depois foi uma espécie de vazio, não que não tivéssemos como ocupar as nossas noites, mas porque as personagens da série já eram como família. Falo por mim, a sentimentalóide lá de casa. Fiquei mesmo com saudades destes dois.
Tínhamos vindo a acompanhar as peripécias do Mr. White e de Jesse Pinkman, os fabricantes de metanfetamina mais fixes do mundo, há coisa de dois meses, com uma breve interrupção na semana do nascimento da Alice, a um ritmo de um ou dois episódios por dia. Ao princípio confesso que não gostei. Aliás, já tínhamos tentado ver a série há 3 anos e, por causa de minha falta de entusiasmo, interrompemo-la abruptamente. Mas o homem insistia, e porque dizem que a última temporada é brutal, e olha só, há aqui um episódio que tem pontuação de 10 no IMDB, 10, já viste bem, e temos de ver e temos de dar mais uma hipótese e vá lá e tanto chateou que lá cedi só para o calar.
Pois foi o melhor que fiz. Porque é brutal, genial, épica e essas coisas todas. Está mesmo entre o meu Top 5 das séries (liderado por aquela fantástica série de culto do princípio dos anos zero).
Pois foi o melhor que fiz. Porque é brutal, genial, épica e essas coisas todas. Está mesmo entre o meu Top 5 das séries (liderado por aquela fantástica série de culto do princípio dos anos zero).
Se querem um spoiler, O Arrumadinho já falou disto aqui, resumindo na perfeição as principais personagens, ao que não tenho mesmo nada a acrescentar. A não ser... a não ser aquela cena de que ninguém fala, mas que eu achei simplesmente brutal, em que o Skinny Pete, um autêntico meth head, meio ignorante e de aspecto arrepiante, se põe a tocar música clássica no órgão como se tivesse passado ao lado de uma grande carreira como pianista. Ainda pensamos que é uma cena retirada de um sonho. Mas não. O Skinny Pete kicks ass a tocar piano. São pormenores destes, tal como cada início que funciona como uma antevisão de algum episódio futuro, que fazem desta série uma merda mesmo boa.
Quanto à minha personagem favorita? O Jesse Pinkman, obviamente. O drogado, o fabricante bronco e fútil, com uma maneira de falar que nos contagiou durante dois meses (yo, bitch!), por quem ao princípio ninguém dá nada, mas vai-se a ver e é um gajo mais ou menos às direitas, com princípios e conflitos interiores como o mais comum dos mortais, capaz do amor e da amizade, cuja fidelidade ao Mr. White o põe em apuros mais do que uma vez, e por quem ficamos a torcer até ao último minuto.
Quanto à minha personagem favorita? O Jesse Pinkman, obviamente. O drogado, o fabricante bronco e fútil, com uma maneira de falar que nos contagiou durante dois meses (yo, bitch!), por quem ao princípio ninguém dá nada, mas vai-se a ver e é um gajo mais ou menos às direitas, com princípios e conflitos interiores como o mais comum dos mortais, capaz do amor e da amizade, cuja fidelidade ao Mr. White o põe em apuros mais do que uma vez, e por quem ficamos a torcer até ao último minuto.
E o Mr. White? O paz de alma que se transforma num bad ass? Haveria muito por dizer, claro, mas o melhor é mesmo começarem a ver a série e terem paciência que a coisa só fica mesmo boa a partir da segunda temporada. A primeira temporada é assim um bocado seca, mas não desanimem. Ouviram, bitches?
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