Ainda de pijama penso que dava tudo para me enroscar no sofá a ler um livro, mas por estes dias o meu conceito de descanso é pôr a bebé à mama e conseguir equilibrar um livro no braço livre. Corre bem. A bebé volta a pegar no sono rapidamente e eu posso, enfim, pôr-me mais ou menos confortável e pegar num livro. Decido não desperdiçar o silêncio com thrillers de meia tigela e revisito o México da Alexandra. Antes de me afundar na leitura, volto a pensar na mais velha e em como com apenas três anos já fracturou o ombro e torceu o joelho. Em menos de seis meses o histórico de visitas ao hospital daria uma bela história de suspeita de maus tratos. A rapariga cai muito, o que quer que lhe faça, ainda no outro dia estava aos saltos na cama e caiu de cabeça no meio do chão. Juro que acudi de imediato, Senhora Assistente Social, mas se quiser venha cá a casa um dia destes, toma um cházinho e vê com os seus próprios olhos que por aqui é só mimo e muito azar. Quais são as probabilidades de a miúda saltar em insufláveis duas vezes por ano, uma vez na Nazaré no Verão e outra ontem numa festa de anos, e numa delas fazer uma entorse? Azarinho, é o que lhe digo.
Mas venha antes amanhã que hoje ainda não lavei as remelas. E, sobretudo, há este silêncio precioso que tenho de aproveitar antes que qualquer uma delas acorde. E o livro, e o livro.
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