10 de abril de 2015

Executiva

Preparei os cartões de visita, arranjei um outfit business casual jeitoso que já me fica bem desde que perdi aquele quilograma peçonhento, pedinchei à sogra uma mala adequada à ocasião porque a minha estava cheia de bolor e o site está finalmente online.

Pode dizer-se que já sou uma mulher de negócios. Ao despedir-se de mim à porta da estação, ele avisou-me, em jeito de brincadeira, que não me habituasse demasiado a fins de semana deste, mas ambos sabemos que estou bastante feliz (apesar de estar a ser obrigada a ouvir a RFM porque não trouxe iPod e o menino do lado guincha demasiado alto).

Sei perfeitamente que não vou conseguir abordar as pessoas que me interessam amanhã, na conferência de tradução. Não sou boa a vender-me, penso eu, não me está no sangue abordar potenciais clientes e apresentar-me como a tradutora espectacular que tem um site espectacular e traduz espectacularmente bem. E mesmo se conseguisse, pediria um preço espectacularmente baixo, porque tenho pena que as pessoas gastem muito dinheiro. Sou assim, o que querem. Levo na cabeça constantemente por causa disto e um dia hei-de aprender, eu sei.

Até lá, vou tentar distribuir uns quantos cartões de visita espectaculares e tentar desfrutar ao máximo deste sentimento de me sentir importantemente dona do meu destino.

8 de abril de 2015

Psicotécnicos

Entre ontem e hoje, passei 8 horas a traduzir e legendar um documentário de 46 minutos, daqueles em que está sempre alguém a falar. Feitas as contas à miséria a que está o minuto, ganhei 6,9€ por hora. Há empregadas da limpeza aqui da zona que ganham mais do que isso.

Eu sabia que não devia ter faltado ao dia dos psicotécnicos.

5 de abril de 2015

Novo ditado: não julgues uma receita pela sua fotografia

Esta foto até dá vontade, não é? Panquecas que coco super fofas e cremosas por dentro, com camadas de iogurte grego natural, canela, maçã e xarope de áçer. Uma delícia, certo?


Errado.
A receita é daqui e, a não ser que queiram desperdiçar comida, aconselho-vos a não a fazerem. Ninguém gostou, nem a mini-trituradora da Alice que é capaz de comer coisas com bolor que encontra debaixo do sofá ou a comida do gato...
Assim se prova que nem todas as fotografias de comida super deliciosa que vemos no Instagram reflectem comida, de facto, super deliciosa. E com esta fotografia tornar-me-ia também eu numa fraude, se não vos tivesse vindo avisar...

P.S.- Não se esqueçam de que tenho um novo endereço.

Dias como este

Quando ainda não morávamos aqui e vínhamos cá aos fins-de-semana de sol, sabia sempre a férias. Comíamos na rua, as crianças brincavam na relva, regávamos as plantas e as portas abertas enchiam os cantos da casa de ar quente.

Agora que cá moramos, estes fins de semana de sol continuam a saber a férias. Comemos na rua, as crianças levam os brinquedos para a rua, eu jardino e elas regam as plantas, há terra espalhada pelo corredor e frascos de plasticina abertos, as portas abertas deixam entrar o ar quente para ir aquecendo a casa depois deste longo inverno e, no final da tarde, vamos à praia, sem termos de nos preocupar com as filas de final de dia de praia para entrar em Lisboa.

Se de inverno não há muito que fazer aqui, morar aqui no verão é para lá de espectacular. 
Hoje foi um dia de verão.

Ah, e, já agora, uma Páscoa feliz!

P.S.- Não se esqueçam de que tenho um novo endereço.

2 de abril de 2015

Mudanças no estaminé: nova casa e página no Facebook


Já ando a pensar nisto há algum tempo. 536 posts depois, decidi-me.

O Blogger é muito intuitivo e tem uma App para smartphone super fácil de usar, mas os templates que tem à disposição são fraquinhos e ando farta de ver sempre a mesma coisa.
Pensei em personalizar a identidade gráfica do blogue e contactei uma empresa de webdesign que faz esse serviço para blogues. Tinha a ideia de um preço e deram-me outro, acima daquilo que estou disposta a pagar por um blogue que não rende um tostão e com meia dúzia de leitores. Assim, pus essa ideia de lado para quando ganhar o Euromilhões.
Andei a pesquisar e descobri que no Etsy há uns templates giros para o blogger a preços bastante acessíveis. Estive quase para comprar um, mas depois achei que não valeria mesmo a pena gastar um cêntimo que seja com isto. É um hobby, um divertimento, algo que faço quando tenho tempo e não por obrigação. Se começar a sair-me do bolso sem qualquer retorno financeiro, deixará de ter piada e passará a ser um fardo.
Então, fui ao Wordpress. Mas também não me pareceu bem ter de pagar 99 dólares por ano para ter direito a uma série de funcionalidades. Podia optar pela versão gratuita, claro, mas não acho o Wordpress a plataforma mais intuitiva do mundo... E foi assim que fui dar à Sapo. Escolhi um template que correspondia mais ou menos àquilo que pretendia e procedi à importação deste blog para lá. Foi incrivelmente fácil. Só ainda não consegui descortinar como se tiram os anúncios da Sapo que aparecem na barra lateral, mas ainda hei-de descobrir.

Portanto, o nome mantém-se, o estilo mantém-se, a única alteração é o alojamento que passa a ser na Sapo. Da vossa parte, só preciso que alterem o endereço nos vossos favoritos, no Feedly, no Bloglovin... Mas publicarei nos dois sítios durante algum tempo até se irem habituando.

Há mais outra mudança. Tenho constatado que sempre que não partilho um post na minha página pessoal do Facebook, as pessoas esquecem-se de cá vir. Não que tenha sede de leitores, mas a verdade é que sabe bem ser lida, sabe bem ter feedback, sinto-me acompanhada. Não concordam? Às vezes parece que escrevo para o boneco, mas sei, pelas estatísticas do blogger, que vocês estão aí. Então, para não perderem pitada e para aumentar um pouco a interacção entre nós, estou a preparar uma página no Facebook, à qual já podem ir fazendo Gosto.

E é assim que uma pessoa se consegue entusiasmar mais com o blog. É da Primavera!

1 de abril de 2015

Estado das coisas após o Whole30

(peso no início do Whole30: 53,1 kg!!)
Não está nada mau, não senhores. Era mais ou menos o que previra e o que corresponde a um furo a menos no cinto. No entanto, ontem a minha filha mais velha viu-me de lado, num estado mais descontraído, e perguntou-me se tinha um bebé na barriga... ... Quando eu disse que não, avisou-me: "Estás gorduchinha!!" Não é bem o que se espera ouvir após 30 dias de Whole30. Podia tê-la afogado (estava a tomar banho), mas ri-me e expliquei-lhe que era preciso fazer muita ginástica para perder a barriga. "A sério, mamã?"
E assim começa um novo mês, um novo desafio.

(Este mês também começa sem telemóvel, não por opção, mas por imposição do próprio, e estou a tentar ter uma atitude descontraída em relação a isso, por isso não vamos falar mais sobre o assunto!).

31 de março de 2015

Um dia de Whole30

Hoje é o último dia do nosso Whole30. A nossa quaresma também acaba esta semana, mas quem é que já quer saber da quaresma...
Estes últimos dois dias de Whole30 têm custado um pouco mais, talvez por saber que o fim se aproxima e desejar que acabe depressa. Confesso que esta "dieta" é um pouco restritiva. Por exemplo, não vejo mal nenhum em comer arroz e outros cereais como aveia, cuscuz, quinoa e leguminosas e estou desejosa de poder voltar a comer estes alimentos. Combinámos que não vamos a correr comer doces no dia 1. Vamos esperar pelo almoço de Páscoa e vamo-nos limitar a apenas um doce. O resto dos alimentos iremos introduzir aos poucos, para o corpo não achar que isto voltou a ser o da Joana...

Mas, afinal, em que consiste um dia Whole30? O que se come? O que não se pode comer já vocês sabem. Mas como se consegue sobreviver a 30 dias sem pão, nem leite, nem massa, nem chocolatinhos?

Pois bem, eis um dia típico do Whole30:

Pequeno-almoço
Começa-se com um bom pequeno-almoço, normalmente com ovos e fruta. Já dei alguns exemplos de pequenos-almoços saudáveis aqui. Nesta foto vê-se o pequeno-almoço de ontem: chia hidratada de véspera em leite de coco com morangos, bananas, mirtilos e mistura de sementes.



A meio da manhã
Snack simples como frutos secos, um ovo cozido, batata doce assada ou maçã com tahini (pasta de sésamo) ou pasta de amêndoa.

Foto retirada daqui, porque as minhas ficaram sempre feias

Almoço
Sopa e uma salada rica com 80% de verdes e sementes germinadas e o resto com carne, peixe ou ovo. Quando digo rica, não me refiro só à variedade e carga de nutrientes. Refiro-me também à quantidade: normalmente pegamos na maior taça de salada que tivermos em casa e enchemo-la com alface, rúcula, tomate, espinafres, couve, azeitonas, you name it. É mesmo para encher o bucho sem culpa. Depois vem o acompanhamento. O objectivo é tornar a salada o prato principal e a carne/o peixe o acompanhamento, e não ao contrário.


Lanche
Os mesmos snacks da manhã ou uma taça de fruta com canela.

Jantar
Igual ao almoço: sopa e salada. Mas não pensem que só comemos salada. Nada disso. Há dias em que temos tortilha, pernas de frango no forno, salteado de legumes, lombo de salmão ao sal, peixe no forno, empadão de carne picada e couve flor... Não é obrigatório comer só salada, claro. Na verdade, no Whole30 podem fazer e adaptar imensas receitas desde que respeitem os ingredientes estipulados e os proibidos. Podem substituir o arroz por "arroz de couve-flor" (o Jamie Oliver tem uma receita disto) ou o esparguete por "esparguete de courgete". Dá mais trabalho, é verdade. Pesquisar alternativas também dá mais trabalho. Mas quem quiser mesmo mudar a alimentação, seja porque razões forem, será recompensado.

Eu espero ser recompensada amanhã, quando me pesar, e na quinta, quando for levantar os resultados da análise ao sangue que fiz na reta final do Whole30 (calhou bem, não foi de propósito). Não há nada melhor do que aliar a perda daquelas gordurinhas insistentes com uma melhoria notável do estado geral da saúde e, ainda, prazer em comer! Ter uma alimentação saudável não é comer comida de coelho nem fazê-lo só para emagrecer ou porque está na moda. Não é uma frivolidade. É uma necessidade. Gostava que mais gente percebesse isso.

30 de março de 2015

Desculpem qualquer coisinha

Andei a mexer no template do blogue. Para já, tirei dali de cima aquela bola de Berlim do demo e adicionei um cabeçalho farsolas feito no Paint que a menina não é webdesigner*. Já foi uma sorte ter descortinado como se inseriam os botões para me seguirem no Pinterest e no Instagram. Ali ao lado.
Para a próxima sai melhor.

* mas fez download de um padrão e uma fonte disponibilizados no Weblogyou, juntou os dois e ficou aquela coisa torta.

29 de março de 2015

Bolachinhas sem culpa

Hoje li, numa daquelas revistas femininas com conselhos e artigos para tudo, que aquelas pessoas que compensam as falhas emocionais com comida não têm, na verdade, culpa nenhuma de serem fracas de espírito. Têm, sim, falta de crómio. Não posso, nem quero, dar dados estatísticos que corroborem isto. Dá um jeitão pensar que, afinal, as minhas facadinhas na alimentação saudável não são culpa minha nem podem ser evitadas porque, afinal, a culpa é do crómio! Sendo assim, não foi de estranhar que hoje tenha dado uma facadinha no Whole30...

Apesar de estar um dia lindo (eu sou daquelas pessoas que se deixa afetar pelo mau tempo), estive de mau humor durante grande parte do dia. Começou quando os planos que tínhamos para o dia saíram furados e tivemos de nos contentar em ficar aqui pela zona. Eu, que trabalho em casa e estou sempre por aqui, ando sempre mortinha por ver caras novas e paisagens diferentes ao fim-de-semana. Por isso, a alteração de planos não me pareceu lá muito bem. Como se já não bastasse, durante o passeio improvisado que demos de manhã para aproveitar o sol, o meu iPhone caiu e o vidro do ecrã estilhaçou-se. Como podem calcular, o meu humor não melhorou... Depois ainda tive de ouvir o homem durante 10 minutos sobre a importância do relativizar e de não deixar que uma coisa tão tola como partir o ecrã do iPhone de 500 euros me estrague o dia. No fim, fiquei sozinha mais a minha descompensação, porque o homem tinha bilhetes para a bola. E o resultado foi este: bolachinhas de dois ingredientes, sem açúcar adicionado, sem glúten, sem lactose, mas com aveia, que está proibidíssima no Whole30! Não sei o que diz o programa sobre as facadinhas, porque não li essa parte, mas estamos a 3 dias do fim e, bom... pronto... paciência! Era pior se tivesse ido ao café comer um mil folhas. Eu nem gosto de mil folhas.

A parte boa se não comer doces há quase 30 dias é que estas bolachinhas, que só têm o doce da banana, me souberam a ginjas! Só ia comer uma para provar e acabei por comer umas três ou quatro. As minhas papilas gustativas nem podiam acreditar na sua sorte! As miúdas adoraram, eu fiquei mais compensadita e não sobrou uma para contar como foi. 

Bolachinhas de dois ingredientes



Ingredientes
Duas bananas maduras
Uma chávena de flocos de aveia
Para polvilhar usei coco ralado, nozes, miolo de amêndoa e flocos de milho (os preferidos da Inês)

Como fazer
Com  um garfo, reduzir as bananas a puré. De seguida, juntar os flocos de aveia e mexer bem até obter uma massa consistente.
Num tabuleiro com papel vegetal, colocar colheradas da massa em forma de bola. Decorar com coco ralado, flocos de milho (daqueles da Kellogg's ou semelhante), nozes partidas aos bocadinhos, miolo de amêndoa, canela, amêndoa em palitos, pepitas de chocolate e o que a vossa imaginação (e balança) vos pedir.
Vai ao forno pré-aquecido a 180 graus, durante 12 a 15 minutos ou até ficar tostadinho.

Por causa dos ingredientes que levam, não são bolachas estaladiças e no meio têm uma consistência mole e agradável, com o creme da banana a contrastar com os flocos de aveia sólidos... A melhor parte? Podemos comer o "pacote" todo sem sentir culpa! Bom, se não estiverem a fazer o Whole30, claro...