Sempre me considerei totalmente desprovida de talento para as artes manuais, completamente inapta e incompetente para os lavores, bricolage, desenho, pintura e afins. As tentativas da minha mãe de me introduzir ao mundo das fadas do lar foram pelo cano quando eu, nos verões dos anos 80, queria fazer tudo menos passar as tardes no meio de velhas e queques (como eu chamava às meninas bordadeiras) a fazer ponto cruz. As poucas coisas que fiz, incluíndo a blusa que, já adulta, cosi no curso de iniciação à costura, roçam aquilo que se pode designar de trapalhão. Não roçam, superam. Remates mal feitos, chuleios esquisitos e costuras tortas, eu sou o que se pode chamar A Rainha das Trapalhonas! Isso a juntar ao facto de ter um ataque de nervos de cada vez que começava um projecto novo porque as instruções e os moldes só podiam estar em chinês, quase me levou a desistir da brincadeira e a procurar um hobby menos cansativo, como... ver televisão.
Até há dois dias.
De repente, comecei a fazer coisas giras, um lencinho para o pescoço, um cinto, uma saia para uma boneca, um porta-chaves. Tudo do mais básico que há, mas ficou bem feito o que, passo a aliteração, foi um feito!
Tinha de aproveitar a maré e, graças a uma noite em que os planos me saíram trocados e me vi sozinha em casa sem marido nem filha com a noite toda por minha conta, decidi pôr mãos à obra e fazer este vestido que já andava a namorar há alguns meses.
Mais ou menos duas horas depois (a contar com o desespero de fazer a conversão das medidas e executar os moldes), o produto final deixou-me em estado de histeria pura. Não conseguia acreditar que aquilo me tinha saído das mãos e que eu, A Trapalhona, tinha conseguido fazer costuras francesas na perfeição e nem uma, repito, nem uma costura torta!
Foi o que bastou para me ir deitar com este livro e escolher o próximo modelo! Ou se calhar é melhor fazer outro igual. É que este, não se nota, mas saiu assim um bocado curto, um vestido a dar para o mini-vestido a dar para a túnica a dar para a blusa. Enfim, para a próxima há-de sair perfeito!
(E com tecidos destes se não dá vontade de fazer qualquer coisa? Mas mesmo qualquer coisa?)
Tão giro! :) E com a prática vais ficar ainda melhor
ResponderEliminarJá estou a trabalhar no segundo, agora com o "tecido a sério" :)
ResponderEliminarOpa, que giro! A minha mae tambem faz umas coisas bem giras para a Maria e eu tenho pena de (por preguica) nunca ter aprendido!
ResponderEliminarVou ver o teu segundo projecto... Pode ser que me entusiasme! ;)
Beijinhos
Ana (Guigas)