25 de maio de 2013

Para a próxima, sem gato

Há coisa de um ano, uma amiga contava-me como a sua filha, na altura de dois anos e meio, já fazia companhia quando iam passear as duas e, por exemplo, se sentavam numa esplanada a comer um gelado.
Não duvidando que assim fosse, não conseguia perceber bem até que ponto é que uma criança tão pequena podia fazer companhia mais do que nos obrigar a estar constantemente atentos aos seus movimentos. "Mas vocês conversam?", perguntava eu, incrédula, "E falam sobre o quê?" E a minha amiga ia-me relatando as conversas básicas que tinha com a filha, sobre o gelado que estava tão bom, sobre o menino que estava a chorar duas mesas ao lado, sobre os pombos que vinham comer as migalhas, sobre o estado do país. Ok, esta última era a brincar.

Não há muito tempo voltei a lembrar-me desta conversa. Porque comecei a sentir isso mesmo, que a minha filha agora, com quase dois anos e meio, me presta mais companhia do que me faz andar atrás dela quando vamos passear. Se nos sentarmos as duas numa mesa de café a lanchar ou simplesmente a comer um gelado (um Corneto inteiro para cada uma - sim, sou uma má mãe!), é tão agradável que eu desejo, por instantes, que o momento se prolongue indefinidamente. Costumamos falar sobre o gelado que está tão bom, sobre o que se vai passando ao nosso redor, sobre o que vamos fazer a seguir e o que já fizemos, e, invariavelmente, acabamos com uma série de disparates que envolvem fotografias, troca de gelados, bocas lambuzadas e barrigas de abade.

Como hoje, na Feira do Livro. Foram mais de quatro horas sempre muito cúmplices e divertidas, com direito a ida ao parque porque chegámos cedo de mais, conto infantil da Formiga Juju, compra de livros da Miffy e da Anita, almoço e gelado. Até consegui comprar mais um livro para mim (ai, ai...). E, se não fosse o raio do gato de  peluche de um metro e oitenta que se veio meter com ela logo no início, a coisa teria corrido muito melhor...

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