Sempre que a minha filha contra-argumenta comigo com um daqueles argumentos que arrasam pelo inesperável (são 9 da noite e eu digo está na hora de ir dormir e ela responde mas ainda é de dia e eu olho pela janela e constato de facto ainda é de dia e penso como raio é que lhe vou explicar isto do horário de verão), se põe a brincar comigo ao jogo da cara séria e percebe perfeitamente que se se rir perde (e perde sempre, claro), ou responde a uma afirmação com um "Poizé!", como nós dizemos, "poizé" e não "pois é", com ponto de exclamação e tudo, e um aceno de cabeça e arquear de sobrancelhas como fazem os adultos perante uma verdade irrefutável ou, ainda, se esquece do que ia a dizer, põe a mão na cabeça e murmura "ai, esqueci-me", sou sempre mas sempre tentada a espetar-lhe com um teste de QI à frente, mas depois penso que sou apenas mais uma mãe babada e que todos os pais acham que os filhos são os mais bonitos e inteligentes do mundo e remeto-me humildemente para a bazófia blogosferiana. Poizé.
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