27 de setembro de 2013

33 semanas ou como estou tão feliz por não ter de sair de casa num dia como o de hoje

Abri um olho, ainda meio aturdida do sonho. Do corredor nem uma fresta de luz. Ainda deve ser de noite, pensei. Mas o facto de o gato já estar sentado na cama a olhar para mim em tom descriminatório indicava que já seriam mais que horas de me levantar e de lhe ir encher o prato. Sozinha em casa, sem marido nem filha, entregara-me ao sono dos justos e descansara o corpo durante tantas horas seguidas que a minha bexiga se deve ter compadecido de mim e só me acordara uma vez durante a noite. Repousada e enramelada, percorri as outras divisões da casa na esperança de encontrar uma boa razão para me vestir, pentear, lavar os dentes e assim, essas coisas que as pessoas que são obrigadas a sair de casa de manhã costumam fazer. Ponderei entre enrolar-me no sofá de taça de cereais na mão a ver a minha série de domingo à tarde preferida do momento ou ligar o computador e ver o que anda o mundo a fazer. Fosse como fosse, tive de acender a luz que isto hoje de luz natural não está famoso e lembrei-me dos tempos em que vivia em Berlim, em que dias como o de hoje eram uma constante. Com uma agravante: o céu nublado, cinzento, carregado parecia que descia e se acercava dos nossos ombros, pressionando, ameaçando, vou-te cair em cima, fazendo-nos perder qualquer vontade de andar na rua ou sequer olhar pela janela. É mais ou menos como me sinto hoje. Acho que foi por ter dormido muito. Ou por já estar um bocadinho farta desta coisa do repouso forçado. Ou por nos últimos dois dias, numa espécie de auto-compensação, me ter enchido de panquecas de banana e coisas fritas porque agora é que começaram os desejos (não sei se me safo sem ir ao MacDonalds comer aquelas batatas fritas do demo...) e estar assim numa espécie de coma de açúcar que só me faz ansiar por mais açúcar. Entretanto, para escrever este post estou a demorar tanto tempo como se estivesse a usar um computador dos anos 80 e, como tenho mais que fazer, vou mesmo ali enroscar-me no sofá, já sem ramelas, e decidir que coisa maravilhosa vou fazer nas 9 horas que se seguem até voltar a estar com outro ser humano. Parece-vos que estou muito aborrecida? É impressão vossa, a sério. Afinal de contas já só faltam 4 semanas para deixar de me preocupar. 4 semanas de pastelice! Yey!

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