2 de dezembro de 2013

Terra de ninguém

Se, das raras vezes que agora saio à rua, me virem com as calças no fundo do rabo, não estranhem. Não aderi à moda hipster ou coisa que o valha, mas desde há uns dias que, no meu roupeiro, há ali um espaço vazio onde deveriam estar as roupas que me poderiam servir no puerpério, mas não servem, porque não as tenho. Se as calças de grávida me caem a cada passo, as minhas calças mais largas de não grávida nem sequer estão perto de abotoar. Os ponteiros da balança vão descendo com parcimónia, não fosse cada uma das minhas mamas pesar 3 quilos e já estar na fase de, de cada vez que acabo de amamentar, me apetecer comer oito Twix. Pelo menos. O que interessa é que agora nunca sei o que vestir e a culpa já não é do tempo. Estou assim numa espécie de terra de ninguém do peso e das roupas, ou, se nos abstrairmos da futilidade da coisa, num perigoso limbo entre o baby blues e aquilo a que chamo a descontracção do segundo filho. Se, por um lado, com o segundo é tudo mesmo mais fácil, por outro lado o pós-parto, esse, continua a ser aquele grande filho da mãe. Mas está tudo bem.

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