3 de maio de 2014
Gratidão
Quando temos filhos passamos a ter outras prioridades. O conceito de felicidade também muda ligeiramente. Agora são as coisas infinitamente pequenas que me dão mais tranquilidade. Por exemplo, já não tenho grande paciência para ir para os copos até às cinco da manhã, mas dou primazia a um jantar intimista com os melhores amigos (mas que acabe cedo porque dormir até tarde passou a ser uma impossibilidade...). Uma pessoa até se habitua a acordar cedo e repara que o dia rende muito mais quando assim é, o que nos dá a reconfortante sensação de dever cumprido. Dormir a noite toda é um verdadeiro desafio e hoje em dia fico contente quando não tenho de me levantar a meio da noite mais de duas vezes ou quando consigo dormir quatro horas seguidas. Mas isso é agora porque nem sempre assim foi. Nem sempre soube sentir gratidão por uma "boa" noite de sono. Era um dado adquirido e não uma sorte do caraças. Assim como é uma grande sorte eu ter finalmente podido parar de me queixar do tempo e estar de mangas cavas às dez da manhã sem sentir frio. E, por exemplo, o facto de estar agora a beber um café (e não descafeinado) sentada à beira-mar com a minha pequena família antes de irmos para a praia molhar os pés é um momento de profunda gratidão e tranquilidade e serenidade e demais sinónimos. Só trocava isto por uma praia no Bazaruto. O resto podia ficar na mesma.
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dar valor às "pequenas" coisas é um dom. saber aproveitá-las também. :)
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