Mas adiante.
Tomemos, por exemplo, a festa de anos do filho quando faz 4 anos. É uma dor de cabeça. Ser tão perto do Natal dificulta muito a vida aos pais que têm de decidir se fazem a festa no dia ou no fim-de-semana a seguir. É que pode calhar no dia de Natal ou naquela semana entre o Natal e o Ano Novo em que as pessoas tendem a fugir de festas como o diabo da cruz. Foi o caso deste ano. Demorámos semanas só para decidir se fazíamos festa no próprio dia (mas quem é que faz festa a uma segunda-feira a dois dias do Natal??), no domingo antes, no sábado a seguir ou só em Janeiro quando os (pais dos) outros meninos tivessem mais disponibilidade e já tivessem saudades de ver uma mesa cheia de bolos. Ou não fazer festa de todo. Mas visto que a rapariga passou o ano a falar da festa dos 4 anos, esta não era propriamente uma hipótese.
Passada a primeira dificuldade: o tema e a pirosice que ela escolheu, decidimos, pela primeira vez, convidar os colegas de escola. Por ser a altura que é e por a festa calhar a um dia de semana, pensámos que se viessem dois ou três já era uma sorte e não conseguíamos esconder alguma pena e preocupação, tendo inclusivamente contratado uma animadora para colmatar a falta de criançada. Ficámos contentes quando os primos disseram que vinham porque, pronto, sempre são os primos de quem ela gosta muito e já dariam algo que fazer à animadora (além de que uma animadora durante a semana é como os casamentos ao domingo: sai muito mais barato!)
Mesmo assim, esmerei-me nos convites que fiz e escrevi à mão. 18 convites (só para a escola) que me provocaram cãibras na mão e me puseram a pensar sobre como raio consegui sobreviver à faculdade - será que, hoje em dia, ainda tiram apontamentos à mão?
A rapariga ajudou-me, excitadíssima, e sem se aperceber dos meus olhares de pena.
Qual não foi o meu espanto quando as confirmações começaram a chegar. Dos 18 só não vêm 2, um que recusou com uma desculpa plausível e o outro que ainda não disse nada. Curiosamente, este que não disse nada é o filho da minha professora lá do ginásio. Acho que ela decidiu ignorar o meu convite feito e escrito à mão por pura retaliação pelo facto de eu mal ter posto os pés no ginásio nas últimas duas semanas. Ai não vens à minha aula? Pois, o meu filho também não vai à tua festa. Toma lá que é para aprenderes!
Ou então está-se simplesmente a cagar e pronto.
De qualquer maneira, a conclusão é que vamos ter casa cheia e o melhor é perguntar à animadora se não tem uma irmã gémea e reforçar a encomenda de arroz de pato.
Só espero que os pais dos 16 + primos não sejam daqueles de ficar na festa, senão vamos ter um sério problema de espaço.
Pois, é que a festa é em casa. E nós cheios de penas...
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