Fecharam o Tacheles. Desta é que foi. Fecharam o Tacheles.
Em breve irão deitar abaixo as paredes daquele que, durante anos, foi um ícone da cultura alemã, um símbolo da contracultura, da liberdade de pensamento anticapitalismo. Se calhar foi por isso mesmo. Na Alemanha de Merkel não dá jeito ser anticapitalista e o Tacheles era uma nódoa numa das ruas mais turísticas da cidade. As próximas a irem serão as prostitutas de corpete e tacão alto. Preparem-se, meninas, que não fica bem que vos vejam tão descascadas. De qualquer maneira, o espaço faz falta para construir mais um boutique hotel. Digo eu. Aposto 500 paus.
O Tacheles era também o meu happy place em Berlim. Um dos. Durante os 4 anos em que vivi na cidade, o Tacheles fazia parte da minha rotina como um sítio incontornável aonde levar as visitas, aonde ir beber uma cerveja no verão, aonde ir ao cinema no inverno. Lembro-me bem da primeira vez que fui lá ao cinema. O barman era o vendedor de bilhetes que era o assistente de sala que era o projeccionista. Um 4 em um para poupar dinheiro ou porque a sala de cinema não era assim tão grande. Lembro-me bem das conversas de engate em espanhol ao balcão, das conversas menos de engate em português nas mesas (sobre os dez CDs que levaria comigo para uma ilha deserta - e eis que ainda consigo dizer de cor quais os dez CDs que escolhi na altura, só que isso agora não interessa nada) e
E agora fecharam o Tacheles. Pois puta que os pariu.
Sem comentários:
Enviar um comentário