24 de abril de 2014

Liberdade

Amanhã celebra-se a liberdade.
Ontem a pediatra da Alice deu-me uma nova razão para celebrar a liberdade.
"Mãe, o seu leitinho já não chega. Está na hora de passar para o leite artificial."

Eu, que sempre achei isto do leite materno já não ser suficiente 1) um azar do catano, 2) sabedoria popular de pacotilha e 3) uma boa desculpa para as mães beberem vinho, senti-me a ser atropelada por um camião TIR. Daqueles com atrelado e com carga até ao tejadilho.

Apesar de já saber que a Alice não andava a engordar o que era suposto e de ter optado por iniciar as papas e sopas mais cedo do que o previsto, não estava preparada para isto. E, apesar de achar que dar de mamar depois dos sete, oito meses não é para mim, deixar aos cinco parece-me demasiado cedo.

A porra é que me custa imenso começar a separar-me dela, cortar este vínculo tão íntimo, tão nosso, que me custou tanto a conquistar para agora ter de ser numa questão de dias.

E depois a sacana também não está para aí virada. Biberão? Mas que merda é esta?!? E como eles sentem a nossa ansiedade, a magana hoje já nem a sopa quis comer e eu estou aqui assim numa espécie de frangalho a pensar que, se calhar, adiava bem aquele copo de Merlot por mais duas semanas de amamentação.

Mas é o que temos e não vale a pena chorar. Só espero que o primeiro copo de vinho que beber seja bem melhor que um Merlot.

3 comentários:

  1. Percebo a tua dor! Força aí! Beijinho

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  2. Ah e que tal juntarmo-nos as duas para beber um belo copo de vinho este fim-de-semana?

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  3. Entendo-te perfeitamente e a minha mais nova mamou até aos 14 meses...quando deixou a mama senti-me tão...impotente.
    Coisas que só as mulheres entendem.
    (alem de que poupei uma pipa de massa em leite até aquela altura, embora ela bebesse do outro no biberon um bocadinho todas as noite.)

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